Confraternização promoveu encontro de gerações que tiveram a instituição como residência
A tarde de domingo, 13 de outubro, foi marcada por um clima de nostalgia e alegria no Lar Sírio. Cerca de 50 ex-abrigados se encontraram para reviver os bons momentos que passaram na instituição ao longo das últimas décadas.
Organizado pela equipe de Serviço Social, o encontro teve como tema “Revivendo bons momentos” e reuniu dezenas de ex-moradores do Lar Sírio, que abrigou durante muito tempo crianças e adolescentes. Alguns participantes trouxeram esposos, esposas e filhos que só conheciam o Lar por histórias.
Além de conversarem muito, o ponto alto do encontro foi o memorial preparado com fotos que os participantes puderam levar ao final do evento.
“As pessoas ajudavam os outros sem esperar absolutamente nada em troca. O Lar mostrou pra gente que quando a gente crescesse e chegasse em algum lugar também devíamos retribuir um pouco desse favor que inclusive é a história do Lar”, relatou Alismael Ismaeil Abou Gazar ao lado da irmã Baraah Ismaeil Mahmoud Abujazar e da mãe Obour Salama Salim Abujazar, todos de origem palestina.
Alexander Taylor Silva, que morou na instituição entre 2004 e 2014, teve o Lar Sírio como inspiração para sua carreira de empreendedor no ramo da construção civil. “Aproveitei bastante o tempo que fiquei aqui, foram os melhores momentos da minha vida. Eu não gostava de ficar na biblioteca, fazer uma outra coisa, ficava na manutenção ajudando o pessoal, os tios da manutenção que eu gostava de ficar do lado. E hoje eu trabalho com obras, construção civil. Desde lá debaixo já vim caminhando para ser algo hoje, fui me aperfeiçoando, me especializando e tudo isso eu trouxe daqui”.
“O Lar Sírio foi uma casa acolhedora. Aqui consegui aprender como é ser um ser humano, como é ter um teto. A gente teve uma vida difícil, mas é algo que foi preciso. Sou formada em engenharia, não atuo na área, mas trabalho em uma das maiores empresas da América Latina graças aqui. Foi o Lar que me acolheu, que me ensinou, que me deu disciplina, me ajudou a ser a mulher que sou hoje e eu sou extremamente grata”, conta Carolina Castilho Silva, que cresceu morando no Lar Sírio.
Para Jennifer Talita Costa de Oliveira, o Lar Sírio é sinônimo de amadurecimento. “Eu sinto falta de quando era pequenininha porque a vida adulta é bem difícil de lidar e aqui eu tive várias oportunidades de estudar, de obter conhecimentos para a vida. Eu entrei aqui, eu não era nada, não era ninguém e aqui eu me tornei a mulher que eu sou hoje em dia e eu só tenho a agradecer”.
Andreza Monique Tomaz de Souza, que viveu no Lar Sírio entre 2002 a 2005, fez questão de prestar seu depoimento em frente ao pavilhão Taufic Schahin, em que morava. “Foi o meu segundo lar. Para mim, para minhas irmãs e meus sobrinhos foi muito importante, faço questão de vir aos encontros e tenho muita gratidão. Hoje eu sou professora graças a professores que eu tive aqui”, afirma.
Gisele Costa de Oliveira, que morou no Lar Sírio por dez anos, falou sobre a confiança que sentia por parte dos educadores. “O que mais aprendi no Lar é sobre humildade. E independentemente da situação que a gente esteja temos que sempre olhar para frente, sempre manter a fé em Deus porque tivemos momentos felizes e momentos tristes, mas sempre tivemos pessoas que confiaram na gente, capacitaram a gente e capacitam até hoje”.
Suellen da Silva Castilho, que morou no Lar por 11 anos, também expressou sua gratidão. “Esse lugar é maravilhoso, trouxe muita alegria no meu coração e da minha irmã que morou comigo. Eu tenho muita, mas muita gratidão por ter morado aqui porque foi aqui que aprendi tudo sobre ler, escrever, sobre quem eu sou, aqui eu tive todo o apoio, toda a orientação, toda ajuda, toda humanidade, todo o carinho, todo o esforço para me tornar essa pessoa que eu sou”.
“Foram dez anos de muitos aprendizados e alegrias. Na minha época eram 200 crianças e a gente tinha a oportunidade de dançar, fazer várias atividades, coral, judô, aula de canto, aula de educação física, então foram momentos muito marcantes na minha vida. Hoje eu sou formada, tenho uma profissão, tenho uma família linda e grande parte da pessoa que sou hoje é por conta dos momentos que vivi aqui no Lar Sírio Pró-Infância”, relembra Priscila Marcelina Allil.
O Encontro com Ex-Abrigados terminou em confraternização, com bolo comemorativo e a entrega do livro com a história de 100 anos do Lar como presente para cada participante.
Mais que reviver os bons momentos, o Encontro com Ex-Abrigados evidencia os resultados do trabalho de assistência social realizado pelo Lar Sírio no decorrer de seus 101 anos de existência.
Texto e fotos: Anderson Bueno - Comunicação Social Lar Sírio Pró-Infância
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