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  • Foto do escritorLar Sírio Pró-Infância

A Criança e o Trabalho

A atividade do trabalho para crianças é algo muito antigo na história da humanidade. Antigamente não havia os conceitos de “criança” e “adolescente”, e muito menos uma preocupação ou rotina de cuidados e direitos que os protegessem.


A criança era vista com um mini adulto e exposta as mais variadas situações, vivendo como adulto e entre os adultos. E isto perdurou por muito tempo. As crianças participaram de atividade na guerra, como ajudantes e até mesmo na linha de frente, quando já não havia mais homens adultos para o fronte. Elas também foram auxiliares nas navegações, expostas à violência e privação dentro de navios durante meses apenas na presença e companhia de homens.


Apenas a partir da transição do século XVII para o XVIII que se iniciou um processo de maior atenção às crianças, mas isto dentro de um espaço de maior privilégio. O avanço tecnológico da época não mudou a situação dos pobres: as crianças trabalhavam nas fábricas por 10, 12 horas diárias, realizando atividades de risco, como entrar debaixo das máquinas ou ajeitar engrenagens com suas mãos pequenas, já a partir dos 5 anos de idade. O trabalho no campo também continuou rotineiro.


Apenas no início do século XX começou-se a pensar em direitos das crianças (1919), através de um comitê internacional que se reuniu na França. Em 1950 surgiu a Declaração dos Direitos Humanos pela ONU. No Brasil, o amplo reconhecimento ocorreu em 1990, a partir do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, onde a criança deixou de ser vista como um objeto pertencente às famílias. Como se vê, proteger as crianças é algo ainda recente e que precisa ser defendido e continuamente aprimorado.


Vários fatores levam ao trabalho infantil, como pobreza e miséria, que empurram crianças e adolescentes a trabalhar para auxiliar no complemento da renda. Mas a situação vai além: crianças são usadas em países em guerra civil como combatentes, e milhares fazem parte de uma rede de sequestro e exploração.


As marcas emocionais são inegáveis: crianças expostas aos maus tratos e violência são levadas a desenvolver diversos transtornos emocionais, além das consequências de lesões e intoxicações devido ao trabalho realizado. O trabalho infantil provoca a evasão escolar, o que diminui as chances de um futuro com escolaridade e salários dignos.

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